Curiosas canções com narrações de gols

Publicado em 20/07/2009
palavra cantadaCrepúsculo de jogo, torcida brasileira… atirou, entroouuu… Ee queee gooooll!” Há meses, fiz um texto em homenagem ao rádio esportivo. Hoje, volto ao assunto, para lembrar de canções bacanas que ficaram ainda mais interessantes por causa de narrações clássicas de gols. Como a linda faixa número 10 do CD da capa ao lado, Canções Curiosas, da Palavra Cantada. Golaço de Paulo Tatit e  Zé Tatit sobre “o nosso rei da bola, o  Rei Pelé”. Altamente indicado não só para crianças, mas para adultos que não perdem a curiosidade típica dos mirins. E o CD nos brinda com vozes de dois clássicos do rádio, misturadas com a música: Edson Leite e Pedro Luiz. Dentro do texto, a lista continua…– Outra linda canção sobre futebol abre com narração de gol. Aliás, uma sensacionalíssima locução de Braga Júnior. Canhoteiro, jóia do CD Raimundo Fagner e Zeca Baleiro. O gol narrado é uma cobrança de falta do ponta-esquerda são-paulino (1955-63) contra o XV de Piracicaba. Quase que dá pra “ver” o lance na sua cabeça!

– Os Engenheiros do Hawaii, do gremista Humberto Gessinger, usam trechos de locuções da Libertadores e Mundial de 83 na faixa Anoiteceu em Porto Alegre, disco O Papa é Pop.

– Um amigo do blog deu a dica de um som do Big Audio Dynamite, grupo que o Mick Jones montou depois de sair do Clash.  Sambadrome, do disco No. 10 Upping Street, inclui narração de jogo da seleção brasileira de Telê, feita por Osmar Santos – acredito que na TV, durante a Copa de 86. Nesse disco, o B.A.D. tinha também Joe Strummer, outro ex-Clash. Por falar na seminal banda punk (e muito mais) The Clash, há uma edição especial do discaço London Calling que inclui um documentário, em DVD. A certa altura, ficamos sabendo que o pessoal do Clash adorava jogar bola. Joe Strummer era um boleiro mais guerreiro. E Mick Jones, mais habilidoso. O doc é dirigido pelo músico e cineasta rastafari Don Letts – coautor da citada Sambadrome!

– A cover da banda Soulfy  para Umbarauma de Benjor ganha algumas narrações na versão “Brasil´70 Mix”, presente em edições especiais do primeiro CD da banda.

– Mano Chao, no CD Clandestino, usa vários sons de emissoras de rádio. Na música Lágrimas de Oro, tem trecho de transmissão de uma partida que envolveu Mancuso… casa babylonSanta Maradona, da banda anterior de Manu, a Mano Negra, também contém locuções. O CD original é Casa Babylon. Capa ao lado.

Se você está gostando da lista, então o CD dos Hinos de Placar (2004) é uma festa.

– Paulinho da Viola e Los Hermanos cantam o hino do Vasco, de Lamartine Babo. Waldir Amaral narra um golaço de Roberto Dinamite, que recebeu de Zanata, matou no peito, atirou, entrou… Contra o Bota, Taça Guanabara, 1976.

– Zeca Pagodinho canta o hino do seu time de coração, o Botafogo. Outra narração de Waldir Amaral: “sensacional, jóia de gol… do demônio da Copa, Mané Garrincha”. Alguém aí sabe de que jogo é essa narração?

– Dinho Outo Preto e Nasi cantam… “salve o tricolor paulista”, enquanto Edgard Scandurra esmerilha na guitarra. E por falar em esmerilhar, o hino do São Paulo abre com o “pai da matéria”, Osmar Santos, e a cobrança ensaiada de falta de Raí, o segundo gol contra o Barcelona, final Mundial de 92. Emocionante é pouco.

– Os rubro-negros Herbert Vianna e Gabriel o Pensador se divertem com o hino mais popular do Flamengo. O garotinho José Carlos Araújo narra um gol de Zico, assistência de Toninho.

– Negra Li, Paula Lima, Rappin Hood e Xis mandam ver o hino do Corinthians, em versão 100% pista de dança, enquanto dá para ouvir ao fundo o saudoso Fiori Gigliotti narrando gol de Basílio.

– Paulo Ricardo canta o hino do Fluminense, outro de Lamartine. Na introdução, Waldir Amaral narra gol de Rivellino.

– Colorados de bandas como Comunidade Ninjitsu, Acústicos e Valvulados e Ultramen apresentam o hino do Internacional. Quase no fim da faixa, Armindo Antônio Ranzolin narra o gol de Jair, o 1º nos 2×1 sobre o Vasco, final do Brasileiro de 1979. O Inter  tri, invicto.

– Arnaldo Antunes apresenta o hino mais pop do Santos. No meio da faixa, narração de gol de falta de Pelé.

Músicas que contém narrações que recriam o universo do rádio:

Cadê o Pênalti? – a cover do primeiro disco do Skank para o balanço de Jorge tem a participação de Willy Gonser, locutor paranaense consagrado no rádio de Minas Gerais.

Replay (O Meu Time é a Alegria da Cidade). A cover do Trio Mocotó para a música de Roberto Correa e Jon Lemos que era usada como vinheta de transmissões da rádio Jovem Pan décadas atrás ganha uma homenagem aos gols radiofônicos na voz de Beto Hora. CD Beleza! Beleza! Beleza!

Deixa Falar, gravação clássica de Carmen Miranda, abre com voz de Ary Barroso e sua gaitinha narrando gol de Leônidas.

Ouça a música “Pelé” no site da Palavra Cantada.

AGRADECIMENTO À COLABORAÇÃO DE BETO XAVIER, autor do livro FUTEBOL NO PAÍS DA MÚSICA, e Eduardo Acquarone.

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